A vez delas!
O fato mais marcante aconteceu em 8 de março de 1857, numa fábrica de tecidos de Nova Iorque, EUA. Cento e vinte e nove mulheres organizavam uma greve reivindicando uma jornada de 10 horas de trabalho por dia, bem como equiparação salarial com os homens que desempenhavam igual função.
Reprimidas pela polícia, foram refugiar-se na própria fábrica. Mas, de forma brutal, os patrões e a polícia trancaram as portas e atearam fogo, matando-as todas carbonizadas.
Essa infeliz ocorrência superou todos os outros acontecimentos desagradáveis e violentos que também contribuíram para a criação do Dia Internacional da Mulher em 1910, numa Conferência em Copenhagen, Dinamarca.
No Brasil, muitas mulheres que já se propuseram a disputar alguma cadeira nas Câmaras ou Prefeituras. Assim sendo, chegaram a abraçar um conhecido slogan nacional: “LUGAR DE MULHER É NA POLÍTICA”. Só que conseguir isso continua dependendo de as mulheres entenderem que se trata de uma questão de número, gênero e de grau.
No caso de Sobral. segundo o Censo 2010 do IBGE, o município tem 188.233 habitantes, dos quais 91.462 são homens e 96.771 são mulheres. Já conforme a estimativa de 2021 do mesmo Órgão, a população chega a 212.437. Atualmente possui 130.770 eleitores. Unidas, as mulheres poderiam até eleger prefeito e vários vereadores. É Questão de número.
As palavras bancada, política, câmara e mulher são do gênero feminino. Mas na bancada política da Câmara local, predomina o masculino. Das 21 cadeiras de vereadores apenas quatro são ocupadas por mulheres. Prova incontestável da falta de união delas em Sobral. É Questão de gênero.
Por último, detecta-se que falta às sobralenses a conscientização do seu potencial. É Questão de grau.
Portanto, resolvida a questão de grau (de conscientização), as demais estarão resolvidas. E, seguramente, depois disso as mulheres se farão mais presentes no poder local. Pensem nisso!
Nem oito, nem oitenta!
Apesar ter desencadeado nova consciência nas
mulheres para lutar por seus direitos, o fato cruel que originou a data deve
servir não apenas para lamentação, mas também como estímulo para prosseguir na
defesa de direitos. Além disso, a tragédia também deve ser lembrada e utilizada
como sinal de alerta para a adoção de mais questionamento e prudência nas
estratégias, bem como no uso de instrumentos que levam a novas conquistas. Que
essa triste lembrança reforce em cada mulher a consciência de que para se
alcançar vitórias e progredir é imprescindível muita união, e não divisão. E
união não só com o mesmo sexo, mas com o oposto também.
Vale lembrar que, a exemplo dos negros, é
inegável que através de muitas lutas as mulheres têm obtido grandes vitórias. E
isso lhes tem aberto e garantido mais espaços em todas as áreas. Agora, que
jamais esqueçam: muitos negros, por defenderem de forma cega e irracional suas
causas, muitas vezes terminam esbarrando no preconceito aos brancos. Que cuidem,
portanto, para que o movimento feminista não fuja do controle e se transforme
em preconceito aos homens, o que seria passar a praticar o mesmo que ora
condenam. Seria o preconceito às avessas.
É evidente que ainda há muito a fazer para reduzir a
desigualdade entre os sexos. É imperioso que continuem a luta por mais espaços
e contra o preconceito e contra a violência contra o sexo feminino, o que se
comprova nos últimos anos pelo alarmante número de agressões e assassinato de
mulheres (feminicídio). Que esse
e outros temas façam parte da pauta dos questionamentos não apenas no 8 de
março, mas em todos os outros dias do ano.
Só isso não é o bastante, não é o suficiente
para inverter o quadro degradante em que vem submergindo a sociedade brasileira,
onde a mulher deveria ter papel preponderante.
Lamentavelmente, nesse enfoque a figura da
mulher, com as devidas exceções, continua sendo desrespeitada em seus direitos,
massacrada e vista apenas como objeto de exploração nos mais diversos sentidos.
O pior é que, muitas vezes, com sua anuência ou pela falta de coragem para impor-se,
buscar e exigir respeito como elemento imprescindível da constituição e da
sobrevivência da família. Mas há jeito. Invistamos na preservação família. É a
saía.
Na oportunidade, desejo tudo de bom a todas as mulheres, o mesmo que desejo à minha querida netinha Júlia (foto), que, até nas suas brincadeirinhas, no verdor dos seus dez aninhos, já se está preparando para ser também uma GRANDE MULHER.
E viva as Mulheres!
“Corage, muiés!”
Possivelmente as mulheres de hoje ouviriam isso dessa brava e famosa
aniversariante de 8 de março: Maria Gomes
de Oliveira - Maria Déa, ou Maria de Lampião ou, ainda, Maria Bonita.
Nascida em 08.03.1911, em Glória, atual Paulo Afonso (BA),
foi a primeira mulher a participar de
um grupo de cangaceiros.
Perdeu a cabeça
Em 1928, viu o cangaceiro, encantou-se, largou a
casa e o marido, o sapateiro José Miguel da Silva (Zé de Neném), e
virou mulher de Virgulino Ferreira da
Silva, o Rei do Cangaço. Anos depois, em 28.07.1938, Maria Bonita, Lampião e
outros cangaceiros foram assassinados na Grota de Angicos, em Sergipe. Segundo
a história, ela foi a única pessoa do bando decapitada ainda com vida.
DOMINGO NA EDUCADORA FM 107,5 - SOBRAL-CE
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Neste domingo, das 10h30 às 12h30, PROGRAMA
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