

A Pnad Contínua
reúne informações relacionadas a características gerais dos domicílios e
moradores de todas as regiões do Brasil. A nova edição traz os resultados
referentes ao ano de 2021, permitindo a comparação com anos anteriores. Há
dados referentes à composição da população residente no país em termos de sexo,
idade e raça. Eles possibilitam análises a partir de enquadramentos sociais e
demográficos.
A maioria das
pessoas que moram sozinhas são homens. Na média nacional, eles representam
56,6% desses residentes. No recorte regional, eles ultrapassam os 60% no Norte
e no Nordeste. De outro lado, 43,4% dos residentes no país são do sexo
feminino: no Sudeste e no Sul esse percentual está acima dos 45%.
"Quase 60%
das mulheres que moram sozinhas tem 60 anos ou mais. Enquanto entre os homens,
isso está mais bem distribuído. Mas o envelhecimento populacional pode
contribuir com o aumento desses domicílios unipessoais", observa o
analista do IBGE, Gustavo Fontes. Ele acrescenta que os dados também podem
refletir outras questões culturais e a evolução da urbanização.
Segundo a Pnad
Contínua, a forma mais frequente de arranjo domiciliar envolve um núcleo
formado por casal com ou sem filhos ou enteados. Essa é a realidade de 68,2%
das residências do país. Unidades onde moram juntos dois ou mais parentes
representam 15,9% do total.
Os números
populacionais foram estimados de forma amostral. Com a realização do censo
demográfico neste ano, que oferecerá uma base de dados mais precisa e
incorporará efeitos da pandemia de covid-19, os resultados da Pnad Contínua poderão
passar por ajustes. O IBGE, porém, avalia que possivelmente não haverá grandes
diferenças levando em conta o universo populacional do país.
Sexo
Na estimativa do
IBGE, foram contabilizados 212,7 milhões de residentes em 2021, sendo 108,7
milhões de mulheres (51,1%) e 103,9 milhões de homens (48,9%). A pesquisa
aponta que não houve alteração relevante dessas participações desde 2012. A
relação de 95,62 homens para cada 100 mulheres no Brasil representa um valor
próximo aos 95,99 apurados há nove anos.
No recorte etário,
o levantamento mostra que a população masculina possui um padrão mais jovem.
Nas faixas de 0 a 4 anos e de 5 a 9 anos, há respectivamente 104,8 e 104,7
homens para cada 100 mulheres. Segundo o IBGE, essa razão se inverte com o
aumento da idade uma vez que a mortalidade dos homens é maior em todas os
grupos etários.
Entre os idosos, a
diferença se torna significativa. "A razão de sexo calculada para a
população com 60 anos ou mais de idade indicou que existem aproximadamente 78,8
homens para cada 100 mulheres", aponta a pesquisa.
Gustavo Fontes
observa que a região Norte é a única onde há um maior número de homens do que
de mulheres. "Entre os fatores que podem contribuir para as diferenças
regionais, estão os fluxos migratórios, a mortalidade de cada sexo e a
estrutura etária. No Norte, por exemplo, a estrutura produtiva e o tipo de
imigrante que a região atrai podem influenciar", analisa.
Raça
O recorte de raça
aponta um avanço no número de residentes que se declaram pretos ou pardos. Eles
saltaram respectivamente de 7,4% e 45,6% em 2012 para 9,1% e 47% em 2021. Em
consequência, a participação da população declarada de cor branca caiu em todas
regiões ao longo desses nove anos.
O Nordeste
registrou, entre 2012 e 2021, a mais relevante expansão de participação das
pessoas declaradas pretas, com um aumento de 2,7 pontos percentuais. Já a
região Sul responde pelo maior aumento proporcional dos residentes declarados
de cor parda: a alta foi de 3,2 pontos percentuais.
"De acordo
com outros estudos do IBGE, as mulheres pretas e pardas têm em média mais
filhos que as mulheres brancas. O próximo censo demográfico será muito
importante para observar melhor essa questão. Mas possivelmente essa diferença
na taxa de fecundidade também não explica tudo. A maior conscientização da
questão racial possivelmente também é um fator. A pesquisa não traz uma
resposta específica para esse dado. O que podemos é levantar fatores que podem
explicar", avalia Gustavo Fontes. (Ag. Brasil)
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