terça-feira, 19 de setembro de 2023

Brasil terá onda de calor brutal e perigosa à saúde na 'despedida' do inverno, com máxima de até 45ºC Temper

O Brasil sofrerá com uma onda de calor brutal e até perigosa à saúde nos próximos dias, que vai atingir boa parte do país. As temperaturas esperadas devem superar valores médios históricos para o mês setembro, que marca a despedida do inverno, em todas as regiões, principalmente no Centro-Oeste e no Sudeste. A informação foi confirmada no boletim de alerta divulgado neste domingo (17) pelo MetSul Meteorologia.

Os termômetros podem chegar próximo aos 45°C a partir de quarta-feira (20), que seriam recordes até mesmo para os picos mais quentes de verão. Isso porque, segundo o site, a atuação de um bloqueio atmosférico impedirá a chegada de frentes frias nos próximos dias, comuns para o período.

Ainda de acordo com o relatório, uma massa de ar extremamente quente já vem se aproximando do país e deverá cobrir quase a totalidade do território nacional nos próximos dias. O Centro-Oeste e o Sudeste serão as regiões que inicialmente sentirão primeiro a onda de calor, que se intensificará muito a partir do meio da semana e se espalhará por outras regiões. Lembrando que a primavera começa oficialmente no próximo sábado (23), às 3h50 pelo horário de Brasília, para a maior parte do país.

Nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Amazonas, Pará, Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão as temperaturas devem superar 40°C, e o alerta é para que as autoridades públicas orientem a população, já que situações desse tipo acarretam sérios riscos à vida.

Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sobretudo nas áreas fronteiriças com Paraguai e Bolívia, devem ser os pontos mais sufocantes, com índices entre 43°C e 45°C nessas zonas. Para a cidade de São Paulo, a mais populosa do país, os termômetros devem bater a casa dos 40°C, ou mais, o que certamente significaria um recorde para o mês de setembro.

Rio Grande do Sul em estado de alerta

Ao mesmo tempo em que a onda de calor avança pelo país, a previsão da semana inclui uma frente fria que atingirá o Rio Grande do Sul, mas que não conseguirá romper o bloqueio.

Com umidade direcionada para o estado em uma atmosfera muito quente, são esperadas áreas de instabilidade com chuvas frequentes, tempestades e intervalos de melhoria com abafamento entre as pancadas.

Riscos à saúde

Morrer de calor não é figura de linguagem: é um risco real, alertam cientistas. As altas temperaturas estão entre os grandes problemas de saúde pública da década no planeta, destaca a revista Lancet, que recentemente dedicou ao tema uma série especial de estudos.

O calor adoece e mata de diferentes formas. Um estudo do grupo de Camilo Mora, da Universidade do Havaí, lista 27 formas pelas quais ele pode ser fatal. São cinco mecanismos fisiológicos que podem ser deflagrados pela temperatura elevada:

  • isquemia (redução ou interrupção da irrigação sanguínea);
  • citotoxicidade (envenenamento das células);
  • inflamação;
  • coagulação intravascular disseminada (formação de trombos que podem destruir órgãos);
  • e rabdomiólise (síndrome causada pela destruição das fibras musculares).

O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração, intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas.

Quando o corpo é aquecido, o hipotálamo ativa uma resposta cardiovascular, que dilata os vasos sanguíneos e redireciona o sangue para a pele, onde o calor é dissipado para o ambiente. O problema é que isso prejudica a irrigação de outros órgãos, como o pâncreas. Com a baixa oxigenação, o organismo libera moléculas tóxicas.

O corpo também perde muito líquido na tentativa de se aliviar pelo suor. Em excesso, essa reação desidrata o corpo e torna o sangue viscoso, afetando os rins e o coração, que são mais exigidos. A desidratação também causa vasoconstrição, que eleva o risco de trombose e de derrame.

(JB) 

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