Os termômetros podem chegar próximo aos 45°C a partir de quarta-feira
(20), que seriam recordes até mesmo para os picos mais quentes de verão. Isso
porque, segundo o site, a atuação de um bloqueio atmosférico impedirá a chegada
de frentes frias nos próximos dias, comuns para o período.
Ainda de acordo com o relatório, uma massa de ar extremamente quente já
vem se aproximando do país e deverá cobrir quase a totalidade do território
nacional nos próximos dias. O Centro-Oeste e o Sudeste serão as regiões que
inicialmente sentirão primeiro a onda de calor, que se intensificará muito a
partir do meio da semana e se espalhará por outras regiões. Lembrando que a
primavera começa oficialmente no próximo sábado (23), às 3h50 pelo horário de
Brasília, para a maior parte do país.
Nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Rondônia, Amazonas, Pará,
Tocantins, Bahia, Piauí e Maranhão as temperaturas devem superar 40°C, e o
alerta é para que as autoridades públicas orientem a população, já que
situações desse tipo acarretam sérios riscos à vida.
Os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sobretudo nas áreas
fronteiriças com Paraguai e Bolívia, devem ser os pontos mais sufocantes, com
índices entre 43°C e 45°C nessas zonas. Para a cidade de São Paulo, a mais
populosa do país, os termômetros devem bater a casa dos 40°C, ou mais, o que
certamente significaria um recorde para o mês de setembro.
Rio Grande do Sul em estado de alerta
Ao mesmo tempo em que a onda de calor avança pelo país, a previsão da
semana inclui uma frente fria que atingirá o Rio Grande do Sul, mas que não
conseguirá romper o bloqueio.
Com umidade direcionada para o estado em uma atmosfera muito quente, são
esperadas áreas de instabilidade com chuvas frequentes, tempestades e
intervalos de melhoria com abafamento entre as pancadas.
Riscos à saúde
Morrer de calor não é figura de linguagem: é um risco real, alertam
cientistas. As altas temperaturas estão entre os grandes problemas de saúde
pública da década no planeta, destaca a revista Lancet, que recentemente
dedicou ao tema uma série especial de estudos.
O calor adoece e mata de diferentes formas. Um estudo do grupo de Camilo
Mora, da Universidade do Havaí, lista 27 formas pelas quais ele pode ser fatal.
São cinco mecanismos fisiológicos que podem ser deflagrados pela temperatura
elevada:
- isquemia
(redução ou interrupção da irrigação sanguínea);
- citotoxicidade
(envenenamento das células);
- inflamação;
- coagulação
intravascular disseminada (formação de trombos que podem destruir órgãos);
- e
rabdomiólise (síndrome causada pela destruição das fibras musculares).
O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração,
intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas.
Quando o corpo é aquecido, o hipotálamo ativa uma resposta
cardiovascular, que dilata os vasos sanguíneos e redireciona o sangue para a
pele, onde o calor é dissipado para o ambiente. O problema é que isso prejudica
a irrigação de outros órgãos, como o pâncreas. Com a baixa oxigenação, o
organismo libera moléculas tóxicas.
O corpo também perde muito líquido na tentativa de se aliviar pelo suor.
Em excesso, essa reação desidrata o corpo e torna o sangue viscoso, afetando os
rins e o coração, que são mais exigidos. A desidratação também causa
vasoconstrição, que eleva o risco de trombose e de derrame.
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