quinta-feira, 5 de outubro de 2023

'Há uma epidemia de solidão porque não nos atrevemos a passar tempo com pessoas sem fazer nada'

Em maio de 2023, o cirurgião-geral dos Estados Unidos divulgou um relatório sobre uma epidemia que cresceu silenciosamente no país durante décadas.


Vivek Murthy declarou que os americanos se sentem solitários, muito mais do que o habitual, e isso representa uma ameaça ao bem-estar físico e emocional, além de ser um enorme problema de saúde pública.


"O impacto na mortalidade de estar socialmente desconectado é semelhante ao de fumar 15 cigarros por dia", comparou o médico, que tem como função ser o principal porta-voz dos problemas de saúde do país e também dirigir um corpo de médicos do Exército norte-americano.


Vários estudos apoiam as conclusões de Murthy, embora os resultados ainda sofram variações.


O mesmo documento partilhado pelo médico aponta que, de 2003 a 2020, o isolamento social médio entre os cidadãos cresceu de 142 horas mensais para 166, o que representa um aumento de 24 horas na média.


Os mais afetados por esta tendência são os jovens, cujo tempo com os amigos foi reduzido em 70% nas últimas duas décadas.


Já a seguradora Cigna, num levantamento independente publicado em 2020, indica que três em cada cinco americanos "estão sozinhos".


O problema não diz respeito apenas aos EUA. Outras regiões do mundo, como a América Latina, também são afetadas pela solidão. Uma pesquisa realizada pela consultoria Ipsos em 2020, em que a empresa escolheu aleatoriamente cinco países latino-americanos nos quais entrevistou mais de 15 mil pessoas, revelou que, no Brasil, 36% dos entrevistados disseram se sentir sozinhos. No Peru, a taxa ficou em 32%.


Na sequência do ranking, aparecem Chile (30%), México (25%) e Argentina (25%).


A situação, que pode ser arrasadora, está associada a um "risco aumentado de doenças cardiovasculares, demência, acidente vascular cerebral (AVC), depressão, ansiedade e morte prematura", afirmou Murthy.


Embora os especialistas afirmem que a pandemia de covid-19 teve um enorme impacto no sentimento de solidão, devido ao isolamento social, o fenômeno começou muito antes e está relacionado ao desenvolvimento da tecnologia. Essa é a visão de Sheila Liming, professora do Champlain College, em Vermont, Estados Unidos.


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https://www.bbc.com/portuguese/articles/cl7x1w17q1vo


 

 


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