O Brasil é o primeiro país no mundo a receber esse recurso,
que estará em fase de teste a partir de julho para alguns usuários. Para ser
ativado, o aparelho deve estar rodando Android 10 ou superior.
O
lançamento no Brasil foi confirmado hoje durante o Google For
Brasil 2024, evento anual da big tech para apresentar suas novidades para o
mercado local.
A
empresa explicou que o próprio celular identifica a ação de roubo usando
inteligência artificial e o acelerômetro, sensor que mede vibração e
aceleração. Assim que o criminoso puxar o aparelho de sua mão, o dispositivo
bloqueia a tela e ele só poderá ser ativado novamente com a senha.
A
tecnologia, segundo o Google, pode identificar fugas a pé, de bicicleta, de
moto e carro. A mensagem "Possível roubo detectado: este dispositivo foi
bloqueado automaticamente para proteger seus dados" é exibida logo após o
roubo.
'Gangue
da bicicleta' motivou criação do recurso
Em
coletiva com a imprensa brasileira, o Google disse que, em setembro de 2023,
várias lideranças do Android vieram ao Brasil para entender de perto como agem
criminosos de roubo de celular. Entre elas estava Sameer Samat, presidente do
ecossistema Android.
Naquele
mês, os executivos tiveram conversas em Brasília com o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo
Cappelli, nome por trás do aplicativo Celular Seguro, do governo
federal.
"A
gente vem conversando recorrentemente com o Ministério da Justiça e Segurança
Pública. Esperamos que o lançamento apresentado hoje possa contribuir para
manter as pessoas mais seguranças", disse Maia Mau, diretora de marketing
do Google Brasil".
A
"gangue da bicicleta" foi um dos casos que chamou a atenção da
liderança do Android, motivando a criação do "modo ladrão". As quadrilhas,
que atuam no centro de São Paulo, circulam procurando vítimas na rua. Quando
encontram, elas arrancam o celular da mão da vítima e saem pedalando.
"O
Brasil é uma prioridade altíssima para a liderança do Android. Foi importante
ter esse contexto aqui no nosso país para eles anunciarem esses recursos
hoje", afirmou Bruno Diniz, engenheiro de software do Google.
Para
que o recurso funcione, o usuário deve ativar o bloqueio de detecção de roubo
nas configurações do aparelho. A big tech admite que, quando habilitado, pode
ocorrer de o dispositivo identificar um movimento abrupto por engano e bloquear
a tela.
Também
no Google For Brasil 2024, a empresa anunciou o "Bloqueio de dispositivo
offline", que passa a bloquear a tela do smartphone automaticamente caso
ele fique por muito tempo sem acesso à internet. Isso para evitar que
criminosos tentem desconectar o aparelho da internet para não serem
localizados.
'Bloqueio
remoto' sem login
O
Google ainda disse que pretende facilitar o acesso indevido ao aparelho caso
ele seja roubado, furtado ou perdido. Em uma página dedicada, o usuário poderá digitar o número do seu celular para fazer o bloqueio da tela
instantaneamente a partir de outro dispositivo, como notebook.
Para
evitar que bots (robôs) desativem a tela em massa de vários smartphones e até
para evitar brincadeiras entre amigos, o usuário precisa "concluir um
rápido desafio de segurança" antes de fazer o bloqueio.
"A
medida visa dar mais tempo para que o usuário recupere os detalhes da sua conta
e acesse opções mais robustas no Encontre Meu Dispositivo – como a localização
do aparelho ou a exclusão de todo seu conteúdo", explicou o Google.
(g1)
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