A sentença é a primeira condenação na Espanha por
um caso de racismo no futebol. E também a primeira da onda de casos de
racismo contra o brasileiro no ano passado no país europeu, onde ele joga pelo
Real Madrid (leia mais abaixo).
A sentença também proíbe os condenados a entrar em qualquer estádio de
futebol na Espanha durante dois anos.
Os três foram identificados entre os torcedores do Valencia que
xingaram Vinicius Jr. de "macaco" durante um jogo do time contra o
Real Madrid, equipe do brasileiro, em maio do ano passado durante um
jogo na Espanha.
Um deles foi identificado pelo próprio Vinicius
Jr. ao final do jogo. A polícia encontrou outros dois através de câmeras
instaladas no estádio.
"A LaLiga conseguiu a primeira sentença condenatória na Espanha por
insultos racistas no futebol", disse, em comunicado, a LaLiga, a liga
espanhola de futebol profissional espanhola que participou com parte na
acusação no processo.
Os advogados dos condenados não haviam informado, até a última
atualização desta reportagem, se recorrerão da sentença.
Racismo
O brasileiro Vinicius Jr. deixa o campo no estádio Mestalla, em
Valência, após reclamar que torcida o chamou de 'macaco' em jogo entre o Real
Madrid e o Valencia, em 21 de maio de 2023. — Foto: Alberto Saiz/ AP
No ano passado, casos de racismo contra Vinicius Jr. na Espanha ganharam
grande repercussão, principalmente depois da partida de maio entre o Real
Madrid e o Valencia. Na ocasião, após ser insultado por torcedores, Vini Jr. reclamou imediatamente com o juiz, que
interrompeu o jogo.
Uma confusão se formou, e um jogador do Valencia deu uma chave de braço
em Vinicius Jr., que, ao se desvencilhar, atingiu outro adversário no rosto e
foi expulso.
O brasileiro se queixou ao final da partida, cobrando a liga espanhola
por diversos casos de racismo que ele sofreu nos últimos meses, mas foi
duramente criticado pelo presidente da LaLiga - a entidade responsável por
organizar o principal campeonato espanhol -, Javier Tebas.
Diante da repercussão mundial do caso, que abriu um grande debate sobre
o racismo no futebol, Tebas recuou e pediu desculpas.
A polícia espanhola também se mobilizou e identificou e deteve
torcedores que fizeram os insultos racistas no Mestalla e outros
que, meses antes, penduraram pelo pescoço um boneco preto com a camisa de
Vinicius Jr. em um viaduto em Madri.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o episódio e cobrou mais
ações antirracistas no futebol, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também manifestou solidariedade com Vinicius
Jr
(g1)
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