Há relatos de diversas operações suspensas em diferentes partes do mundo. O episódio já está sendo classificado como o "maior apagão" tecnológico da história, por especialistas.
No X, Elon Musk, CEO da Tesla, descreveu o caso assim:
"É a maior falha de TI de todos os tempos".
Pelo menos 1.300 voo foram cancelados e houve caos e
filas em aeroportos pelo mundo. Voos no aeroporto de Sydney, na Austrália, não
puderam decolar. As companhias americanas Delta e United Airlines também
suspenderam todos os seus voos.
No Reino Unido, houve um apagão na bolsa de valores de
Londres, linhas de trem também estão suspensas e diversos aeroportos estão
relatando atrasos.
O canal de televisão Sky News ficou fora do ar de manhã.
O canal infantil e adolescente da BBC, CBBC, também ficou fora do ar.
A polícia no Estado americano do Alasca noticiou um
apagão nas linhas de telefone de emergência. No Facebook, a polícia disse que
"muitos call centers de emergência e de 911 [o número de emergência nos
EUA] não estão funcionando devidamente no Estado do Alasca".
O que causou o apagão global?
Diversas empresas e entidades afetadas apontaram um problema técnico com softwares da empresa de segurança Crowdstrike em sistemas Windows, da Microsoft. A Crowdstrike, então, divulgou um comunicado afirmando que o apagão global se deveu a um problema de atualização de sistema.
A Crowdstrike é uma empresa de segurança online fundada
em 2011 cujo objetivo é proteger algumas das maiores empresas do mundo de
ataques cibernéticos.
Ela é especializada em proteção de segurança e busca
evitar que softwares ou arquivos maliciosos atinjam redes corporativas. A
Crowdstrike também é focada em proteção de dados para empresas que migraram
suas bases de seus próprios computadores para servidores em nuvem.
A empresa foi fundada no Texas pelos empreendedores
George Kurtz — que segue como CEO — e Dmitri Alperovitch. Ela está listada na
bolsa Nasdaq desde 2019.
A Crowdstrike divulgou um comunicado nesta sexta-feira
(19/7), assinado pelo CEO George Kurtz, em que afirma que o apagão global não
se trata de um ataque cibernético — mas sim de um defeito em uma atualização de
sistema.
"A Crowdstrike está ativamente trabalhando com
clientes impactados por um defeito encontrado em uma atualização de conteúdo
para servidores Windows. Servidores Mac e Linux não foram impactados. Este não
é um incidente de segurança ou ataque cibernético", afirma a nota.
"O problema foi identificado, isolado e um conserto
está sendo feito. Encaminhamos os clientes ao portal de suporte para as mais
recentes atualizações e vamos continuar oferecendo atualizações completas e
contínuas em nosso site."
A Microsoft também emitiu uma declaração, através de seu
porta-voz: "Estamos cientes de um problema afetando aparelhos Windows
devido a uma atualização de uma plataforma de software terceirizada. Nós
avisamos que uma solução está por vir".
Aeroportos
Mais de 1.300 voos foram cancelados em vários países,
incluindo Estados Unidos, Reino Unido e Japão.
O aeroporto Schiphol, de Amsterdã, avisou que o problema
técnico está provocando atrasos, mas não detalhou quantos voos foram afetados.
Em Sydney, os painéis que mostram os horários dos voos
apagaram. Uma companhia aérea, a Jetstar, anunciou que não poderia fazer o
check-in dos passageiros.
Em um aviso público, o aeroporto culpou a empresa
Microsoft pelos problemas técnicos.
A Microsoft disse que está "migrando suas
operações" por conta de problemas com seus serviços, segundo a agência de
notícias AFP.
A empresa disse que os problemas começaram às 18h da
costa leste dos EUA de quinta-feira (19h no horário de Brasília).
A empresa está investigando problemas com seus serviços
de nuvens nos EUA — que estaria afetando diversos aplicativos e serviços.
Na Alemanha, a companhia aérea Eurowing informou que seu
sistema de check-in não estava funcionando. O maior aeroporto da Suiça, em
Zurique, disse que aviões não estão sendo autorizados a pousar lá.
A companhia aérea Virgin Australia chegou a anunciar que
todos os seus aviões ficariam no solo — "nenhum voo está entrando ou
saindo".
Um tempo depois, no entanto, houve uma retomada em alguns
passageiros da Virgin Australia voltaram a ser embarcados.
O aeroporto de Berlim publicou no X, antigo Twitter, que
está com atrasos em check-ins por conta de um problema técnico. Na Espanha,
também houve relatos de atrasos.
"Estamos trabalhando para resolver tudo o mais
rápido possível. Enquanto isso, operações estão continuando com sistemas
manuais", disse a operadora dos aeroportos espanhóis.
Nos Estados Unidos, as companhias United, Delta e
American Airlines também decidiram interromper todos seus voos. Os aviões que
estão no ar seguirão seus cursos normalmente, mas nenhum outro voo está
partindo.
As telecomunicações também estão sendo afetadas. O grupo
Telstra, da Austrália, disse que está enfrentando problemas globais com
CrowdStrike e Microsoft, que estão afetando seus sistemas.
No Reino Unido, a televisão Sky News ficou fora do ar. A
bolsa de Valores de Londres também chegou a ser afetada, mas está funcionando
normalmente nas operações de compra e venda.
"O sistema de notícias RNS [regulatory news service,
em inglês] está enfrentando problemas globais com um parceiro terceirizado,
impedindo que notícias sejam publicadas em www.londonstockexchange.com. Equipes
técnicas estão trabalhando para restaurar o serviço. Outros serviços no grupo,
incluindo a bolsa de Valores de Londres, seguem operando normalmente",
afirma um comunicado do grupo.
No Brasil, até a publicação desta reportagem, não havia
relatos de problemas relacionados ao apagão global.
Hospitais e postos de saúde
O apagão também afetou hospitais e clínicas pela Europa.
No Reino Unido, vários postos de saúde só estão atendendo
casos urgentes, por causa da dificuldade para acessar registros médicos dos
pacientes pelo sistema online.
Também há relatos de dificuldades para agendar consultas.
Na Alemanha, dois hospitais no norte do país, nas cidades
de Luebeck e Kiel, cancelaram cirurgias eletivas marcadas para sexta (19/07).
Israel disse que 15 hospitais estão utilizando processos
manuais de registro, embora o apagão não tenha afetado tratamentos médicos.
Sistema de pagamentos
Várias lojas em países europeus reportaram problemas para
processar pagamentos.
No Reino Unido, grandes supermercados como Morrisons e
Waitrose passaram a manhã de sexta sem aceitar pagamento por aproximação.
O mesmo ocorreu em supermercados na Austrália, onde
supermercados e também instituições financeiras, como o Banco Nacional da
Austrália, informaram terem sido afetados pelo apagão.
(Fonte: BBC)
Nenhum comentário:
Postar um comentário