"Esse
importante programa é para atrair, estimular e incentivar as pessoas a entrarem
nas licenciaturas e permanecer", afirmou o ministro da Educação, Camilo
Santana, durante cerimônia de anúncio do programa, no Palácio do Planalto.
O Pé de Meia Licenciaturas reproduz a fórmula do programa de mesmo
nome destinado a reter estudantes do ensino médio na escola, e que
hoje alcança quase 4 milhões de alunos.
No
caso da bolsa para estudantes de graduação, ela deve começar a valer a
partir de 2025, conforme inscrição dos estudantes no Sisu, que começa na
próxima sexta-feira (17). Os alunos aptos a receber a bolsa são aqueles com
nota mínima de 650 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que se
matriculem em algum curso de licenciatura reconhecido pelo MEC. Ao todo, serão
12 mil vagas nessa primeira etapa e a primeira parcela deve ser paga a partir
de abril.
"No
último Enem, 19 mil alunos acima de 650 pontos escolheram fazer licenciatura.
Apenas 5 mil se matricularam. E desses, os dados mostram que, ao longo dos
anos, metade desiste. Então, a gente quer praticamente triplicar o número atual
de ingressantes na licenciatura com notas do Enem acima de 650 pontos",
explicou o ministro a jornalistas após o evento.
R$
2,1 mil para professores
Além
do apoio financeiro a estudantes de licenciatura, o programa prevê a Bolsa Mais
Professores, com apoio financeiro a docentes das redes públicas de ensino
da educação básica e que pretende aumentar a atuação em regiões com carência de
professores, em medida similar ao Programa
Mais Médicos, que contrata profissionais de saúde para regiões
desassistidas. O participante receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 2,1 mil,
mais o salário do magistério, pago pela rede de ensino a qual está
vinculado. Além disso, durante o período da bolsa, o professor cursa uma
pós-graduação lato sensu com foco em docência. A abertura de inscrições para
essa bolsa está prevista para começar no segundo semestre, a partir da adesão
das redes de ensino dos estados e municípios, por meio de edital que deverá ser
aberto nos próximos dias.
"Quem
dá aula na periferia das grandes metrópoles desse país sabe que ser professor é
um risco. Ser professor é um risco. Esperar ônibus tarde da noite, pegar ônibus
de manhã lotado, chegar na escola sabendo que as crianças estão com
preocupação, muitos nem tomaram café em casa. E, às vezes, menino com
violência, menino que sai de casa brigado com a mãe porque não comeu,
porque não sei lá, e vai tentar jogar a sua raiva na professora e no
professor", afirmou o presidente Lula, durante o anúncio do programa.
"Se
a gente não motivar que professor e professora sejam uma profissão, eu
diria, promissora, uma profissão que dê a eles a certeza de que eles estão
trabalhando em benefício das pessoas e que o Estado poderá ajudá-la através do
município, através do próprio Estado, de que esse professor não vai ser
molestado, não vai apanhar. Então, essas coisas que nós temos que cuidar e que
nós estamos fazendo aqui", acrescentou.
Prova
Nacional
Outra
medida anunciada é a Prova Nacional Docente (PND), criada para melhorar a
qualidade da formação, estimular a realização de concursos públicos e induzir o
aumento do número de professores nas redes públicas de ensino. A PND será
realizada anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a mesma autarquia que realiza o Enem.
Estados e municípios poderão utilizar a PND em seus processos de seleção de
professores, substituindo concursos públicos. Docentes interessados se
inscrevem diretamente no Inep. A primeira PND tem previsão de ser aplicada em
novembro.
O
Programa Mais Professores ainda prevê descontos em hotéis, a partir de uma
parceria com o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira da Indústria
Hoteleira (ABIH), para docentes das redes públicas. O valor dos descontos ainda
não foi detalhado.
O
MEC criou uma página na internet com informações sobre o
programa..
(Ag. Brasil)
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