Na publicação, um "breve histórico familiar", com a data do casamento com seu marido, Jean, em 2013, do nascimento das seis filhas e das quatro perdas gestacionais.
"E agora?
Qual é o(a) próximo(a)? Menino ou menina?", ela pergunta na sequência.
Foi um menino.
O casal não
usa métodos
contraceptivos. A ideia é acolher todos os filhos que Deus
"enviar".
Eles são católicos "abertos
à vida", um perfil que, em uma época em que a natalidade está em franco
declínio no Brasil — e em boa parte do mundo —, tem se multiplicado nos últimos
anos em diferentes grupos dentro da Igreja, a grande
maioria conservadores e com identificação política com a direita.
A escolha costuma
se inspirar em uma combinação entre o ensinamento católico de que os filhos são
bênçãos e o princípio da providência divina, que alimenta a crença de que Deus
vai se encarregar de prover a subsistência da casa.
É a ideia de que
"primeiro Deus manda os filhos, depois, as condições de criar",
repetida por muitos dos adeptos que conversaram com a reportagem.
A tendência tem
fomentado inclusive a organização de um mercado em torno da vida reprodutiva
desses casais, com a oferta de serviços de doulas católicas, ginecologistas
católicos e de métodos de planejamento familiar "lícitos", termo
usado entre os fiéis para se referirem às práticas aceitas pela religião.
Nas redes sociais,
dezenas de católicos compartilham a rotina de suas famílias numerosas e as
particularidades de seu estilo de vida.
Um dos mais
conhecidos é o ator Juliano Cazarré, que era ateu e se converteu ao catolicismo
depois de interpretar Jesus em 2019 no tradicional espetáculo Paixão de Cristo
em Nova Jerusalém, em Pernambuco, e hoje tem seis filhos.
"A gente está
aberto a que a vida possa acontecer. Como eu sempre falo: 'a vida quer
viver'", explicou Cazarré, em entrevista à TV Globo após o
anúncio de que a esposa estava grávida do caçula em setembro de 2023.
Sua conta no
Instagram tem mais de 3 milhões de seguidores.
Os influenciadores
desse universo promovem desde práticas comuns entre essas famílias, como a
leitura de livros com viés católico sobre maternidade e o papel da mulher na
sociedade, a produtos e serviços mais mundanos — um perfil em Santa Catarina,
por exemplo, faz publicidade da varejista Havan, com vídeos da família de seis
filhos nos corredores da loja.
Liliane e Jean,
por exemplo, dividem nas suas redes sociais a experiência de educar os filhos
em casa — o chamado homeschooling, recorrente entre casais abertos
à vida — e oferecem seus serviços na área da psicologia tomista, uma versão que
mistura filosofia e religião, especialmente os ensinamentos de São Tomás de
Aquino.
'Perguntam se na
nossa casa não tem televisão'
Com o caçula no
colo, Jean conta na chamada de vídeo com a reportagem que a ideia inicial era
espaçar as gestações, para que a família pudesse se organizar melhor
financeiramente.
A mentalidade
mudou, contudo, depois que o casal trocou Belo Horizonte (MG) por Anápolis
(GO).
Liliane e Jean,
que hoje têm 42 e 53 anos, se conheceram em um grupo de oração de uma igreja
ligada à renovação carismática, uma vertente mais recente do catolicismo com
práticas semelhantes às do pentecostalismo, como a glossolalia (falar em
línguas) e a maior presença de música nas missas.
Quando se mudaram
para o Centro-Oeste, os dois conheceram o catolicismo tradicional e se
identificaram mais com essa corrente, que valoriza liturgias antigas como a da
missa tridentina, rezada em latim, com o padre de costas para os fiéis e de
frente para o altar.
A abertura à vida
veio depois que eles passaram por um curso de bioética ministrado por um padre
que é um conhecido ativista antiaborto.
"Ele falava
que, quanto mais filhos a gente tem, mais Deus abençoa aquela família
financeiramente, que vai conseguindo cuidar dos filhos. A gente experimentou
isso na prática", afirma Liliane.
Ela diz que os
parentes inicialmente ficaram "chocados" com a escolha. "O que é
normal e esperado, nós estamos andando na contramão do mundo", emenda.
Com o tempo,
contudo, a família aprendeu a respeitar o estilo de vida do casal.
"Tem também o
fato de que, quando a gente chega para visitar a família, não chega com aquele
tanto de criança mal-educada, que grita, que estraga as coisas", ela
pontua.
"Nós chegamos
em um grupo grande, mas organizado."
Mais difícil é
evitar os olhares e comentários de estranhos na rua, que não incomodam
pessoalmente os dois, mas geram preocupação sobre como são interpretados pelas
crianças.
"Tem gente
que pergunta para as meninas: 'Vocês são todas irmãs?', 'Na casa de vocês não
tem televisão?'", conta Liliane.
"Já teve caso
de dizerem que é irresponsabilidade ter esse tanto de filhos… As meninas ficam
confusas e vêm perguntar para a gente depois."
É por isso que
eles geralmente evitam sair todos juntos quando não há necessidade.
Outra ideia
repetida por quem olha a família de fora e que incomoda Liliane é de que ela
seria "oprimida" por estar em casa cuidando dos filhos.
"Foi uma
escolha. Eu, como mulher, também posso fazer a minha escolha de querer viver
para a família. Família para mim é importante. É um valor que eu tenho",
afirma.
"Se outra
pessoa não tem isso como valor, não quer ter filhos, é uma decisão dela, com a
qual eu não concordo, mas vou respeitá-la, da mesma forma que eu quero que ela
me respeite."
Do Opus Dei aos
carismáticos
A adesão à
abertura à vida tem se dado em diferentes grupos dentro da Igreja Católica,
observa o historiador Víctor Gama, que pesquisa o conservadorismo e a direita
dentro do catolicismo brasileiro.
"Você tem
desde gente que é ligada ao Opus Dei até os tradicionalistas ou os mais
radicais, como sedevacantistas, defendendo isso", ele observa.
O Opus Dei é uma
instituição ultraconservadora fundada há quase um século na Espanha e hoje
presente em diversos países.
Já os
tradicionalistas fazem parte de um movimento conservador que nasceu a partir da
rejeição das iniciativas de modernização da igreja pregadas pelo Concílio do Vaticano 2º,
nos anos 1960.
Os sedevacantistas
também refutam esse capítulo recente da história da igreja e vão um passo além,
não reconhecendo o papa como legítimo líder da Igreja (sede vacante em
latim significa "cadeira vaga").
A dispersão do
fenômeno, para o pesquisador, é em parte um reflexo da força crescente das
redes sociais como vitrine para determinados temas entre católicos
conservadores.
O posicionamento
contrário da Igreja Católica em relação aos métodos contraceptivos "sempre
esteve ali", ele argumenta. As redes sociais foram o veículo que deu novo
protagonismo ao assunto.
"O que elas
proporcionam para esses católicos conservadores é a possibilidade de ditar qual
é a pauta do dia", diz Gama.
Uma pauta que,
nesse caso, ecoa questões prementes entre católicos de regiões como a Europa,
onde a retórica pró-natalidade é propagada em meio ao decréscimo do
catolicismo, à redução significativa do número de filhos por família e à
multiplicação de "outras realidades religiosas", como o islamismo.
"Tenho uma
impressão, olhando as publicações desses grupos, de que essas pessoas na
realidade transpõem um fenômeno que não é tipicamente brasileiro", pontua
o pesquisador.
"Aquilo que
eles entendem como ameaça lá seria ameaça aqui também."
Outro grupo em que
as famílias numerosas têm se multiplicado no Brasil são as "novas
comunidades", diz à BBC News Brasil o bispo Dom Bruno Elizeu Versari,
presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), principal organização católica do país.
São associações de
fiéis que se reúnem por iniciativa própria, sem necessariamente estarem ligados
a uma paróquia específica. Esse tipo de organização, com maior participação de
leigos, foi estimulada pelo Concílio do Vaticano 2º.
Duas das mais
antigas são a Canção Nova, fundada em 1978, e a Comunidade Shalom, de 1982,
ambas são ligadas à renovação carismática.
Apesar de a CNBB
não ter um registro de comunidades novas, porque elas só precisam da
autorização da diocese local para serem reconhecidas, o bispo Versari afirma
que elas vêm se multiplicando nos últimos anos.
Um exemplo nesse
sentido é a Aliança de Misericórdia, grupo fundado em São Paulo no ano 2000 e
que hoje está em 42 cidades no Brasil e em 8 países com um projeto missionário
que atua em dezenas de projetos sociais.
O movimento tem
1,1 milhão de seguidores no Facebook e quase 1,5 mil membros ativos, que variam
entre os que se dedicam inteiramente às atividades do grupo (parte da chamada
"comunidade de vida") aos que estão próximos, mas trabalham fora ("comunidade
de aliança"), e amigos.
"Ir contra a
abertura à vida é ir contra o pedido que Deus faz à gente de sermos um e de nos
multiplicarmos", diz Vivian Rinaldi, de 53 anos.
Ela e o marido,
Ângelo Rinaldi de Oliveira, de 58 anos, são um dos casais
"consagrados" da Aliança da Misericórdia e moram em uma casa que
pertence à comunidade no interior de São Paulo.
A abertura à vida,
diz ela, é um valor compartilhado por todos os membros do grupo. "O
objetivo do matrimônio é procriativo e unitivo", afirma.
"Toda vez que
eu me nego a estar junto com meu marido, a ser um com ele, eu quebro esse elo.
Toda vez que eu vou contra a vida, usando o método contraceptivo ou abortando,
me negando à vida, eu nego aquele que é o autor da vida, que é o próprio Deus."
Planejamento
familiar 'aprovado' pela igreja
Com 26 anos de
casados, Vivian e Ângelo têm quatro filhas. Ela tem talassemia (doença genética
caracterizada por anemia crônica) e precisou espaçar as gestações para não
colocar sua saúde em risco.
Para isso, usou um
método "natural" aceito pela igreja e desenvolvido nos anos 1950 por
um casal australiano, o Billings, que busca identificar o período fértil da
mulher a partir da observação das mudanças na aparência do muco cervical
durante o ciclo.
É um marco de uma
relação entre medicina e religião que continuou produzindo ramificações nas
décadas seguintes.
Usando o Billings
como inspiração, nos anos 1980 o médico americano Thomas Hilgers desenvolveu o
método Creighton, que também se baseia na observação da secreção cervical, mas
leva em consideração elementos como cor e elasticidade para produzir uma escala
e padronizar a leitura do muco.
Como é usado para
identificar o período de ovulação, o Creighton começou a ser promovido não
apenas para espaçar as gestações, mas também como método para auxiliar os
casais que querem engravidar.
Nesse sentido,
passou a ser propagado como alternativa católica à fertilização in
vitro, proibida pela Igreja por prescindir do ato conjugal, entre outras
razões.
Com o intuito de
treinar médicos católicos, Hilgers criou um instituto, o Pope Paul VI
Institute, localizado em Omaha, em Nebraska, nos Estados Unidos.
O nome é uma
homenagem ao papa Paulo 6º, autor de uma encíclica escrita em meio à revolução
sexual dos anos 1960 (Humanae Vitae) reiterando a posição contrária da
Igreja a métodos contraceptivos — inclusive aqueles que se popularizavam
naquela época, como a pílula anticoncepcional.
No início dos anos
2000, Hilgers lançou um novo sistema, chamado de Natural Procreative Technology
(NaProTechnology), voltado de forma mais ampla para a saúde da mulher,
debruçando-se, por exemplo, sobre o sistema hormonal e problemas que podem
interferir na fertilidade, como endometriose, ovários policísticos e miomas
uterinos.
Médicos católicos
e o intercâmbio Brasil-EUA
Desde a fundação,
o instituto diz ter formado mais de 40 turmas de profissionais, entre eles
pouco mais de 20 brasileiros, calcula a ginecologista Melissa Abelha, de 45
anos, que passou pelo treinamento em 2018, quando estava grávida da terceira
filha. Hoje são quatro.
Foi nesse período
que ela afirma ter feito a opção pela abertura à vida. A médica estava em seu
segundo casamento e havia entrado há pouco tempo para a comunidade Shalom em
Brasília, onde mora. A escolha, ela diz, veio de um "chamado de
Deus".
"Deus me
convidava a mudar. Porque eu costumava falar: 'Eu sou católica da porta do
consultório para fora, da porta para dentro eu sou médica'. Só que não existe
isso, é a sua religião. Ou você é, ou não é", relata.
Depois de voltar
do curso, ela afirma ter parado de prescrever anticoncepcionais e de fazer
fertilização in vitro em pacientes.
Abelha faz parte
da Associação Brasileira de Médicos Católicos, que foi fundada em 2021 e
organiza congressos nacionais anuais.
Sua conta no
Instagram, em que divulga a NaProTechnology e uma abordagem católica da
medicina, tem quase 30 mil seguidores.
Nem todos são
religiosos, ela ressalva. Tem muito "natureba" atraído pelo fato de
que sua prática é toda baseada em tratamentos (para endometriose, ovário
policístico, irregularidade menstrual, por exemplo) sem hormônios, sem
anticoncepcionais.
'Sexo é divino e
orgasmo é um presente'
Outra mudança que
a religião a fez levar "da porta para dentro" do consultório foi a
abordagem da sexualidade.
Hoje, a
recomendação a seus pacientes é a castidade até o casamento e, após o
matrimônio, a prática sexual heterossexual e apenas com o parceiro — idealmente
um único por toda a vida.
O orgasmo não é
necessariamente visto como algo ruim, inclusive o feminino. "O prazer é
algo completamente desejado por Deus. O sexo é algo divino. O orgasmo também é
um presente", diz Abelha.
"Afinal de
contas, quando a mulher tem relação no período fértil, a vagina se adapta
melhor ao pênis, está mais lubrificada, mais vascularizada, e o orgasmo é muito
mais rápido", completa.
Mas ele tem que
ser a dois, pergunta a reportagem, ou a masturbação pode ser um instrumento
para conhecer o próprio corpo e como ele sente prazer?
"O orgasmo
sozinho é algo egoísta", ela responde.
"O orgasmo é
algo viciante, e a partir do momento que você descobre o seu caminho, e aí
quando entra um homem no meio da jogada fica mais difícil de chegar lá, você
desvirtua algo que deveria ser a união das carnes para algo egoísta, só em
busca do prazer."
De ginecologistas
a doulas católicas
Médicos não são os
únicos profissionais que orbitam em torno das novas famílias numerosas
católicas.
Doulas católicas
também têm ganhado espaço entre os casais abertos à vida. Muitas delas estão
inclusive reunidas em uma plataforma profissional, a rede Vendeia, que surgiu
em 2019 com oferta de serviços de todo tipo de profissional católico, de
professores a motoristas e diaristas.
Hoje, estão
cadastradas algo entre 200 e 300 doulas, que cobram entre R$ 800 e R$ 2,5 mil
pelo pacote de serviços prestados, conta o fundador Maycom Gossler, que é
católico tradicional e frequenta a missa tridentina em Brasília, onde vive.
"É algo muito
novo, de nicho, mas eu sinto que tem uma demanda crescente", ele opina.
Ao todo, a
plataforma fecha cerca de 15 a 20 contratos de doulas por mês — número que, na
visão do empresário, é apenas uma fração da realidade do país, já que muitas
profissionais trabalham a partir de suas redes informais de contatos, pessoas
que indicam seus serviços umas às outras.
É o caso da baiana
Flávia Krummenacher, que mora em Blumenau (SC). Ela é originalmente formada em
marketing e resolveu trabalhar como doula em 2019, depois de fazer um curso de
formação com uma enfermeira católica que passava pela cidade.
A abordagem
católica vai desde a educação perinatal, feita com o casal, até o momento do
parto, embalado por uma trilha sonora de músicas religiosas e pelas orações que
Krummenacher conduz na sala.
Em seis anos, ela
contabiliza ter prestado serviço a cerca de 30 casais, muitos deles mais de uma
vez. No início deste ano, auxiliou na chegada do bebê número sete de duas
famílias.
Ela, que tem 36
anos, e o marido, Guilherme, de 30 anos, são católicos tradicionais adeptos à
abertura à vida.
Desde o casamento,
em 2013, Krummenacher ficou grávida oito vezes, com cinco perdas gestacionais e
três nascimentos, dois meninos e uma menina. No momento, está fazendo um
tratamento de saúde e espera poder voltar a engravidar em breve.
"Quantos
filhos mais eu quero ter? A meta é dobrar a meta", ela responde à
reportagem, dando risada.
E conta que, assim
como acontece com outros casais abertos à vida, os parentes olham com certo
estranhamento para o estilo de vida do casal.
"[Pra eles]
nós somos os 'loucos', os fora de curva", diz ela.
"Já teve
briga… Mas, assim, ninguém nunca me deu nada nem criou meus filhos, então
ninguém tem que dar palpite em nada."
Afinidade com a direita
O círculo de
convivência e de amigos do casal é hoje formado em sua grande maioria por
famílias numerosas, com uma filosofia de vida e ideologia política mais
parecidas com as deles.
"Nessa parte
de política, as famílias [abertas à vida] são mais conservadoras, de direita.
Nunca atendi uma família que fosse de esquerda", afirma Krummenacher.
Não é só em
Blumenau. Pelo país, nas diferentes vertentes do catolicismo em que vêm se
expandindo, os casais abertos à vida costumam ter essa afinidade política.
Isso se dá, entre
outras razões, pelo alinhamento em uma série de temas relacionados a costumes,
como a posição contrária à legalização do aborto (às vezes inclusive nas
situações hoje previstas em lei, como em casos de estupro), a crítica ao
feminismo e visão contrária aos direitos de pessoas LGBTQ.
Os casais que
conversaram com a reportagem destacaram que a grande maioria de seu círculo na
comunidade religiosa era de pessoas de direita, ainda que muitos ressaltassem
que isso não significava adesão imediata a políticos específicos, como o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A dinâmica
reflete, de certa forma, a própria tradição conservadora "muito
forte" que caracteriza o catolicismo brasileiro, observa Rodrigo Coppe,
coordenador do programa de pós-graduação em Ciências da Religião e chefe do
Departamento de Ciências da Religião da PUC-Minas.
"Me parece
que nós somos uma população que é moralmente mais conservadora de maneira
geral", acrescenta Coppe.
O historiador
pontua que a trajetória do catolicismo, tanto no Brasil quanto de forma global,
é marcada por fluxos e refluxos ideológicos, com acenos à modernização que
ensejam reações conservadoras e vice-versa.
Um sintoma dessa
dinâmica foi a vertente mais próxima da esquerda que avançou no Brasil nos anos
1960 e 1970 com a Teologia da Libertação, com figuras que participaram
inclusive da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980.
No momento atual,
em sua visão, o que tem aproximado as correntes mais conservadoras do
catolicismo da direita é o fato de que ambas veem em temas semelhantes males a
serem combatidos.
Em sua avaliação,
não é possível dizer se esse alinhamento de agendas chegou a fortalecer o
catolicismo e fez crescer seu volume de adeptos, que vinha diminuindo em
detrimento das religiões evangélicas.
Os dados sobre
religião do Censo 2022, que ainda não foram divulgados, vão deixar esse retrato
mais claro, assim como a dimensão do total de brasileiros sem religião, que,
para o historiador, também é uma tendência.
"Que não
significa que eles [apesar de não serem religiosos] também não podem ser de
direita."
(Fonte: BBC)
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