Cerca de 50 mil pessoas acompanharam o rito de
canonização da brasileira Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a irmã Dulce,
e de outros quatro beatos, realizado na manhã de hoje (13), na Praça São Pedro,
no Vaticano.
A Santa Sé estima que em torno de dez mil
brasileiros participaram da celebração litúrgica. Entre eles, o vice-presidente
da República, Hamilton Mourão, e os presidentes da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffolli.
Além da primeira santa nascida no
Brasil, o Papa Francisco também canonizou a italiana Giuseppina
Vannini; a suíça Margarida Bays; o inglês John Henry Newman e a indiana Maria
Teresa Chiramel Mankidiyan.
Ao se dirigir à multidão que lotava a Praça São
Pedro, o Papa citou trecho do Evangelho de Lucas para destacar a importância da
fé e da solidariedade. “Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós
mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos
escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à
televisão, ao celular, à opinião dos outros”, comentou Francisco. “Mas a fé
caminhar juntos, jamais sozinhos. Constitui nossa tarefa ocuparmo-nos de quem
deixou de caminhar, de quem se extraviou: somos guardiões dos irmãos distantes.
Quer crescer na fé? Ocupa-se dum irmão distante”, acrescentou o Papa.
Milagres de Irmã Dulce
Nascida em 26 de maio de 1914, em Salvador, a
soteropolitana passa agora a ser conhecida como Santa Dulce dos Pobres, grupo
ao qual se dedicou desde o início da adolescência, quando passou a acolher
moradores de rua e doentes em sua casa, transformando a residência da família,
no bairro de Nazaré, em um centro de atendimento. No processo de sua
canonização, dois milagres lhe foram atribuídos.
O maestro soteropolitano José Maurício Moreira é o
beneficiário de um deles. Após 14 anos sem enxergar, Moreira recuperou a visão
ao pedir ajuda a agora santa Irmã Dulce. Hoje, ele estava na Praça São Pedro,
diante do Papa Francisco. Segundo sua esposa, Marize Araújo Jorge de Mendonça,
o marido e todo o grupo de fiéis que viajou de Salvador estavam emocionados com
o reconhecimento do trabalho assistencial e religioso de Irmã Dulce.
“Ela continua operando milagres todos os dias. Seus
milagres continuam acontecendo por meio do acolhimento oferecido a milhares de
pessoas necessitadas, desesperadas, seja no Hospital Irmã Dulce, seja em obras
como o Centro Educacional Santo Antônio, em Simões Filho”, comentou Marize,
referindo-se ao hospital de Salvador onde, segundo ela, são feitos quase três
mil atendimentos médicos diários; e à escola da região metropolitana de
Salvador onde mais de 700 crianças estudam em período integral.
Ainda emocionada, Marize contou que pediu aos
santos para ajudá-la a conter a emoção diante do Papa, que cumprimentou a
Moreira e aos outros beneficiários de milagres atribuídos aos cinco beatos
santificados hoje. “Foi algo maravilhoso. Faltam-me palavras para descrever
todo o encanto e a beleza desta cerimônia”, comentou Marize, chorando ao falar
sobre a “felicidade” do Papa na escolha do tema de sua pregação. “Ele foi ultra
feliz ao falar sobre a importância da fé, da esperança, em um tempo de tanta
desesperança. As pessoas precisam ter fé, tentar não se desesperar diante das
atribuições”, comentou, afirmando jamais ter duvidado de que Irmã Dulce seria
santificada
Papa Francisco: Pelé ou Maradona?
O vice-presidente Hamilton Mourão usou sua conta no
Twitter para manifestar a alegria de participar da canonização de Irmã Dulce.
“Participei da cerimônia de canonização do
Anjo Bom da Bahia [como também era conhecida a santa] pelo Papa Francisco. Irmã
Dulce, que com grande amor e fé intercedeu pela saúde e vida de milhares de
brasileiros, torna-se santa de todo nosso Brasil e do mundo”, comentou Mourão,
revelando que, ao cumprimentar o Papa Francisco, foi surpreendido por uma
pergunta inusitada.
“Cumprimentando o Santo Padre, dele recebi uma
pergunta difícil: quem é o melhor, Pelé ou Maradona? Saí-me diplomaticamente:
os dois!”, escreveu o vice-presidente na rede social.
Davi Alcomumbre
Judeu, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre,
destacou a atuação do Papa “para aumentar o diálogo da fé entre as nações e
entre as religiões, estimulando o fortalecimento de valores comuns para a
justiça e a paz no mundo. Para Alcolumbre, “a Igreja Católica brasileira vive
um grande momento com a canonização da Irmã Dulce”. (Ag. Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário