O anúncio ocorre em meio à alta no número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil — embora o de mortes permaneça baixo.
No início do mês, quem tinha mais de 50 anos passou a poder receber mais
uma dose de reforço, assim como imunossuprimidos e trabalhadores de saúde de
todas as idades.
A recomendação é que se espere quatro meses após o primeiro reforço
(terceira dose) para ser vacinado novamente.
Segundo o ministério, a imunização deve ser feita com as vacinas da
Pfizer, AstraZeneca ou Janssen.
Cerca de 120 milhões de pessoas aptas a tomar a segunda dose ou a dose
de reforço ainda não retornaram aos postos de vacinação de todo o país,
informou a pasta.
Especialistas em saúde alertam que elas não só só seguem desprotegidas
contra as manifestações graves da infecção por covid-19, como retardam o
controle da pandemia — pois, quanto maior a circulação do vírus, maior é a
chance de ele sofrer mutações e gerar novas variantes, que podem, por sua vez,
reduzir a eficácia dos imunizantes, colocando o restante da população em risco.
Abaixo, o que você precisa saber sobre a vacinação para maiores de 40
anos.
1) Quem deve ser vacinado com a quarta dose?
O Ministério da Saúde recomenda que maiores de 40 anos sejam vacinados
com a segunda dose de reforço (a quarta dose) contra a covid-19.
"Além de expandirmos a população-alvo do segundo reforço, o motivo
de estarmos aqui, hoje, é convocarmos a população brasileira a procurar um
posto de vacinação e tomar sua dose", disse Arnaldo Medeiros, secretário
nacional de Vigilância em Saúde, na segunda-feira, durante a divulgação do
balanço da vacinação contra a covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde, são cerca de 8,79 milhões de pessoas
entre 40 a 49 anos que receberam a terceira dose há mais de quatro meses e que
agora poderão retornar aos postos de vacinação.
Nessa faixa etária, entretanto, apenas 8,53% já tomaram a primeira dose
de reforço.
2) Por que devo tomar a segunda dose de reforço (quarta dose)?
Como explica o Ministério da Saúde em sua nota técnica, "dados brasileiros demonstraram a diminuição
de efetividade das vacinas COVID-19 para casos sintomáticos pela variante
ômicron (prevalente no Brasil) observada após 90 dias de reforços homólogos
(quando se aplica a mesma vacina) e heterólogos (quando se aplica uma vacina
diferente do esquema inicial). No entanto, o declínio da efetividade contra
casos graves só foi observado após reforços homólogos".
Essa redução da efetividade é mais prevalente em pessoas mais velhas e
pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento natural do sistema
imunológico.
Por isso, segundo o Ministério, "estratégias diferenciadas para
garantir a proteção em adultos mais velhos e idosos, devem ser rotineiramente
reavaliadas".
Além disso, estudos vêm mostrando que, após a aplicação da segunda dose
de reforço, há um aumento considerável na proteção contra o vírus.
Em Israel, por exemplo, pesquisadores compararam a efetividade das
vacinas mRNA contra doença grave causada pela variante ômicron em indivíduos
com mais de 60 anos que receberam um ou dois reforços. Eles notaram melhor
proteção no grupo que recebeu o segundo reforço em comparação com quem recebeu
apenas o primeiro reforço.
Constatações semelhantes foram observadas no Reino Unido, principalmente
em pessoas com mais de 70 anos. No país, a quarta dose está sendo oferecida a
quem tem 75 anos ou mais
Por fim, a covid-19 tem ganhado terreno em todas as regiões do Brasil —
a maioria dos casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas
últimas quatro semanas se deve à infecção pelo novo coronavírus (71,2%). Em
relação aos óbitos por SRAG, 96,4% das notificações são relacionadas ao
Sars-CoV-2. Os dados são do Boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
"Neste sentido, o incentivo à vacinação para os esquemas primários
e reforços tem papel fundamental para conter o aumento de casos,
hospitalizações e óbitos(4). Portanto, a medida que avançamos na cobertura
vacinal contra a covid-19 no país, naturalmente a ampliação de públicos
elegíveis para o segundo reforço deve ser considerada", informou o
Ministério na nota.
Em maio, o Brasil registrou 3.176 mortes por covid-19, o menor número
mensal desde o início da pandemia, em março de 2020.
Apesar disso, a média móvel de novos casos segue aumentando desde meados
daquele mês.
3) E se eu tiver tido covid recentemente?
Quem teve diagnóstico positivo recente para covid-19 deve esperar pelo
menos quatro semanas para tomar a dose de reforço.
4) Fui vacinado com a
quarta dose. Devo deixar de usar máscara ou praticar distanciamento social?
Não. As chamadas medidas
não farmacológicas (distanciamento e uso de máscaras) continuam vitais para o
combate ao vírus, pois reduzem o contágio.
Portanto, "devem ser
encorajadas no atual momento epidemiológico", segundo o Ministério da
Saúde.
No fim de maio, diversas
cidades em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná emitiram
decretos que voltam a obrigar ou recomendar o uso de máscaras em ambientes
fechados por causa do aumento de casos de covid-19.
5) Ainda não tenho 40 anos.
Quando vou poder tomar a quarta dose?
Em entrevista recente ao
jornal O Globo, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Daniel Pereira,
disse que a pasta deve liberar a quarta dose da vacina contra a covid-19 para
todos os brasileiros acima de 18 anos.
"Observando o
comportamento do vírus, estamos caminhando para termos, pelo menos, um
(segundo) reforço na população acima de 18 anos", disse ele.
Ainda não se sabe, porém,
se todas as faixas etárias terão acesso ao imunizante por meio do SUS (Sistema
Único de Saúde) ou por clínicas particulares.
Por enquanto, as doses por
grupo para qualquer uma das vacinas são:
Maiores de 40
anos: quatro doses
12 a 39 anos: três doses;
5 a 11 anos: duas doses
(BBC)
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