Flávio Barbosa, da Direção Estadual e Coordenador Regional do MST na região Centro Sul/Cariri, explica que essa ocupação foi uma demanda das famílias sem terra da região, que não tinham onde trabalhar. "A ocupação tem como objetivo assentar famílias e garantir que a terra cumpra sua função social."
As famílias acampadas reivindicam a imediata desapropriação da área para fins de reforma agrária e produção de alimentos saudáveis.
A ocupação aconteceu na madrugada desta segunda-feira, e Flávio explica que no momento a situação é considerada tranquila e que as famílias ainda não receberam nenhum tipo de visita oficial de agentes do estado. Questionado se está acontecendo algum tipo de negociação com as famílias, Flávio afirma que sim. "Tem uma audiência com o governo agora no final da tarde. Foi solicitado outros imóveis que existem nas proximidades para o Estado fazer a desapropriação, considerando que a terra pública do Estado não é suficiente para assentar todas as famílias", relatou.
Segundo ele, a posição do governo é de diálogo. "Inclusive, há uns 20 dias já houve uma mesa de negociação com representação das famílias reivindicando do governo do estado a destinação da terra para às famílias. Acreditamos que o governo possa ter o compromisso social e corrigir essa injustiça econômica e social: o Estado com terras ociosas e famílias querendo ter um pedaço de terra para viver com dignidade."
Sobre os próximos passos da ocupação, Flávio informa que é organizar as famílias para ter um plano de ação junto à sociedade para divulgar a pauta das famílias com essa luta; ir às universidades e meios de comunicação; fazer o debate do papel da reforma agrária na região do Cariri, destacando sua importância para a produção de alimentos saudáveis e garantia de vida digna no campo; organizar uma frente de trabalho para, em negociação com o Estado, as famílias terem terra para preparar suas roças, já que o inverno no Cariri já inicia em outubro.
(Fonte: BdF Ceará)
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