A?transmissão virtual?terá início às 11h30 da
manhã (horário de Brasília) quando o eclipse anular estiver começando na costa
oeste dos Estados Unidos, e vai acompanhar todo seu percurso até que chegue ao
seu final na costa leste do Brasil em torno das 17h30. Para saber onde o
eclipse será visível, observatório indica uma página na internet.
“O eclipse anular ocorre quando a Lua, como
vista a partir da Terra, parece menor que o Sol [no céu]. Assim, a Lua não
cobre o disco solar totalmente, restando um anel luminoso no contorno da lua,
daí a razão do nome 'eclipse anular'”, explicou o doutor em Astrofísica
Leonardo Almeida, professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O fenômeno é diferente de um eclipse total,
quando a lua cobre completamente o disco solar, deixando apenas a coroa solar
visível. O Observatório Nacional aponta que o eclipse anular ocorre quando a
lua está em seu apogeu, o ponto mais distante de sua órbita da Terra, e nesse
momento a Lua aparece menor, o que permite que este anel seja visível no
eclipse.
Almeida aponta que essa diferença se deve ao
fato de que a órbita da lua ao redor da Terra não é circular, o que faz com que
a distância entre ambas varie ao longo do período de translação da Lua.
O especialista ressalta que o eclipse no
formato anular não poderá ser visto de todo o país. “Apenas em alguns estados
das regiões Norte (Amazonas, Pará e Tocantins) e Nordeste (Maranhão, Piauí,
Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba) do Brasil o eclipse anular
poderá ser visto. Nos demais estados do país, o eclipse será parcial. Isso
ocorre porque a visibilidade de um eclipse depende da posição do observador em
relação à linha do eclipse”, disse o astrofísico.
O professor Tarciro Mendes, também da Escola
de Ciências e Tecnologia (ECT) da UFRN e doutor em Física, explica que é
necessário que o observador esteja exatamente sobre a linha “riscada” pela
umbra, que é a região onde a sombra da Lua sobre a Terra é a mais intensa.
“Contornando a umbra temos a penumbra, onde os observadores sob ela podem
observar um eclipse parcial. Fora da penumbra e da umbra, não é possível
observar eclipse algum”, disse.
O físico explicou que, no Brasil, o eclipse
começa a ser visto às 14h05 na cidade de Tefé (Amazonas) e acaba às 17h55 na
cidade de João Pessoa (Paraíba), considerando o evento completo, tanto anular
quanto parcial. “O Brasil é o país do mundo onde a anularidade - período de
tempo em que a Lua permanece totalmente dentro do disco solar - terá a maior
duração, 55 minutos e 30 segundos”, ressaltou.
Segundo o Observatório Nacional, a
anularidade será visível, além do Brasil, nos Estados Unidos, México, Belize,
Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia. Em outras partes
das Américas - do Alasca à Argentina - um eclipse parcial será visível.
Mendes lembrou que o próximo eclipse anular
ocorrerá em 2 de outubro de 2024, mas não poderá ser visto do Brasil, apenas no
Chile e na Argentina. “No Brasil, apenas será observado um eclipse parcial nas
regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e uma pequena parte do Nordeste, mais
especificamente no sul da Bahia”, disse. Já o próximo eclipse anular a ser
observado no Brasil ocorrerá em 26 de janeiro de 2028 e só poderá ser visto
completamente nos estados do Amazonas, do Pará e do Amapá.
O último eclipse anular do Sol ocorreu em
junho de 2021, mas não foi visível do Brasil, segundo informações do
Observatório Nacional. (JB/Ag. Brasil)
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