Em nota publicada esta noite, a gestão disse ter encerrado a negociação
salarial com os docentes na semana passada, após o acordo firmado com a
Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais
de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). O
anúncio acabou gerando outros desdobramentos.
Em
retaliação, os dirigentes fizeram uma vigília temporária no Ministério da
Gestão e Inovação (MGI), onde ficaram concentrados nas últimas horas, para
cobrar o agendamento de uma reunião com a chefe da pasta, Esther Dweck. O
impasse terminou com a projeção de novos encontros para os dias 11 e 14 deste
mês. Na primeira data, o governo deve receber representantes dos servidores
técnico-administrativos e, no dia 14, será a vez dos professores. As categorias
estão em greve desde meados de abril.
"A
reunião de hoje foi uma mesa de decepção", disse Rafaella Florencio, do
Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e
Tecnológica (Sinasefe), em transmissão feita via Instagram. A entidade
novamente se somou ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de
Ensino Superior (Andes) para pressionar o governo por um reajuste salarial
ainda em 2024, ponto em que as duas organizações têm convergência. O acirramento dos ânimos do grupo com o governo envolve a não concessão de aumento para este ano, mas
também a formalização do acordo da gestão com o Proifes, que foi invalidado na
última quarta (29) pela Justiça Federal sob o argumento de que a entidade não
tem legitimidade para atuar no caso por não ter registro sindical.
O termo
firmado com lideranças do Proifes prevê 9% de aumento em janeiro de 2025 e 3,5%
em maio de 2026, mas não inclui reajuste ainda este ano, ponto da pauta do qual
Andes e Sinasefe dizem não abrir mão.
"A
gente queria que o governo nos respondesse a nossa pauta de reivindicações, que
foi protocolada como resposta à contraproposta da gestão. Eles simplesmente
disseram hoje que não tinham nada de novo para acrescentar, que a proposta [de
agora] era a manutenção da anterior, num desdém muito grande, como se nada tivesse sido estudado. Eles
simplesmente não querem discutir", critica David Lobão, da
coordenação-geral do Sinasefe.
A pauta
de reivindicações apresentada pelas entidades do campo reúne pontos como
recomposição salarial e orçamentária das instituições federais de ensino,
reestruturação da carreira e revogação de normas aprovadas pelos governos Temer
(2016-2018) e Bolsonaro (2019-2023) para o setor educacional.
Governo
O Brasil de Fato tentou ouvir interlocutores do governo após a reunião. Em nota enviada à reportagem, a assessoria de imprensa do MGI, além de apontar para o fim das negociações sobre remuneração, disse que o governo "permanece aberto para diálogo sobre pautas não salariais em outras instâncias de governo".
(Brasil
de Fato)
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