O ministro embarcou na noite dessa segunda-feira (3) para a
capital italiana e retornará ao Brasil na quarta-feira (5) no fim do dia,
chegando a São Paulo na quinta-feira (6). Além da audiência com o papa
Francisco, Haddad participará da conferência Enfrentando a Crise da Dívida no
Sul Global, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia
Academia de Ciências Sociais, ligada ao Vaticano.
Na audiência com o papa, Haddad apresentará os avanços da
presidência brasileira do G20, com destaque para a taxação de grandes fortunas,
a luta contra a crise climática, a tragédia climática no Rio Grande do
Sul e a crise da dívida dos países do sul global. O ministro também
pretende debater uma posição coordenada entre o Brasil e o Vaticano em relação
à Cúpula do G7 (grupo dos sete países democráticos mais ricos), que ocorrerá em
Fasano, na Itália, de 13 a 15 de junho. O horário da reunião não foi divulgado.
Um dos temas prioritários na trilha financeira do G20, a
taxação de até 2% dos rendimentos das maiores fortunas do planeta é vista como
oportunidade de reduzir a desigualdade social e combater os efeitos das
mudanças climáticas. Recentemente, Haddad disse que a proposta está ganhando a adesão de diversos países e que pode entrar como
recomendação das reformas propostas pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na embaixada brasileira em Roma, Haddad terá reunião
bilateral com o ministro da Economia da Espanha, Carlos Cuerpo. No encontro,
previsto para as 17h desta terça (12h em Brasília), os dois debaterão
oportunidades de cooperação em áreas de interesse mútuo. A Espanha apoia a
proposta de taxação dos super-ricos, assim como França, Bélgica, Colômbia e
União Africana. Os Estados Unidos, no entanto, reconhecem a necessidade de
alguma medida de redução da desigualdade global, mas rejeitam, até agora, a
proposta.
Países pobres
Na conferência sobre a crise da dívida em países pobres,
Haddad ressaltará o compromisso do Brasil com a busca de soluções para os
desafios econômicos enfrentados por países em desenvolvimento. Segundo o Fundo
Monetário Internacional (FMI), dos 68 países de menor renda, nove não conseguem
pagar a dívida externa e 51 estão com risco moderado ou alto de entrar em
moratória.
De acordo com a Organização das Nações Unidas, 19 países em
desenvolvimento gastam mais em juros da dívida pública do que com educação e 45
mais do que com a saúde. Conforme a Pontifícia Academia de Ciências Sociais, o
problema piorou após a pandemia de covid-19.
(Ag. Brasil)
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