Não é um momento qualquer. Donald Trump
vai trabalhar em um mundo que enfrenta o maior risco de confronto entre grandes
potências desde a Guerra Fria - entre as décadas de 1940 1990, quando o
mundo estava dividido entre os blocos capitalista e comunista. Israel, Irã, Líbano, Rússia, Ucrânia, Otan, a Aliança Militar do
Ocidente... O nível de tensão é alto.
Em
entrevista ao Jornal
Nacional, o professor de Relações Internacionais Michael Cox, da
Universidade britânica LSE, disse que os Estados Unidos ainda
são o ator global mais importante para questões de paz. Mas que, com Trump
no poder, não há muita perspectiva de paz no Oriente Médio; que
agora o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu,
vai se sentir mais encorajado, já que ele e Trump sempre tiveram boa relação.
Trump deu mais apoio a Israel do que Biden.
O
professor prevê também uma escalada na tensão entre os Estados Unidos e o
Irã. Os dois países não possuem relações diplomáticas e o Irã está dando
prosseguimento ao programa nuclear.
Michael
Cox disse também que é de se esperar que Trump diminua o apoio financeiro e
militar ao governo ucraniano na guerra contra a Rússia; que o presidente eleito
acha que ajudar a Ucrânia para sempre em uma guerra eterna não é do interesse
americano; que Trump está mais preocupado com a China.
Trump
é visto com cautela por parte dos países da Europa, principalmente depois que
ele ameaçou várias vezes, na primeira passagem pela Casa Branca, sair da Otan.
Tem
outro assunto que também preocupa. Não é um momento qualquer. Donald Trump
vai trabalhar em um planeta que arde em uma crise climática sem
precedentes. Na primeira vez em que esteve no poder, Trump saiu do Acordo
de Paris - assinado em 2015 para conter o aquecimento global. Assim que chegou
à Presidência, Joe
Biden recolocou os Estados Unidos no acordo.
“O
Trump tem uma posição muito clara em relação às mudanças climáticas: ele não
acredita. E ele diz que vai sair do Acordo de Paris, assim como fez no seu
primeiro mandato. É um momento em que as mudanças climáticas saíram dos
relatórios, saíram das previsões, e se tornaram realidade. Então, o senso de
emergência é ainda maior’, afirma Márcio Astrini, secretário-executivo do
Observatório do Clima.
(g1)
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