E se o filho fosse seu?
Neste domingo (18) transcorrerá mais um Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data teve como origem a realização em 18 de maio de 1998, na Bahia, do 1º Encontro do ECPAT, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças no Brasil. Naquele dia, cerca de 80 entidades públicas e privadas reuniram-se e, ao final do encontro, decidiram criar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes - 18 de maio, instituído legalmente através da Lei 9.970, de 18.05.2000.
A data escolhida remete à tragédia ocorrida em Vitória (ES), com a família Cabrera Crespo, no dia 18 de maio de 1973. Aos 8 anos de idade, a filhinha Araceli Cabrera Sánchez Crespo (São Paulo-SP, 02.07.1964 - Vitória-ES, 18.0.5.1973) foi raptada, drogada, estuprada e morta. Seu corpo foi encontrado num matagal no dia 24 de maio, em avançado estado de decomposição, desfigurado por ácido jogado pelos assassinos e com marcas de violência e abuso sexual.
O surgimento desta efeméride trouxe mais visibilidade a um gravíssimo problema nacional que atinge nossas crianças. Mesmo chegado ao 25º ano de mobilização do 18 de Maio, os números ainda assustam e acenam pra mais ações enérgicas e mais conscientização da sociedade para combatê-lo de forma urgente e insistente.
Conforme estatística do Disque 100, serviço gratuito e acessível para registro e encaminhamento de denúncias de violações de direitos humanos, mais de 657,2 mil denúncias em 2024 – aumento de 22,6% em relação a 2023, quando foram registradas 536,1 mil ocorrências. O número de violações também aumentou, passando de 3,4 milhões, em 2023, para 4,3 milhões, em 2024.
Os dados divulgados pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) representam um novo recorde. Os números indicam que a maioria das vítimas das denúncias são do gênero feminino (372,3 mil), pessoas brancas (261,6 mil), e com idade entre 70 e 74 anos (32,5 mil). As violações ocorrem, em sua maioria, na casa da vítima e do suspeito (301,4 mil). Entre os grupos mais vulneráveis estão crianças e adolescentes (289,4 mil), idosos (179,6 mil) e mulheres (111,6 mil) – ainda que esta última tenha registrado redução de 2,9%.
Um dos pontos que chama muito a atenção é o local onde ocorre o problema, ou seja, a violência intrafamiliar. Muitas outras “Aracellis” continuam sendo presas fáceis para criminosos. E não apenas dos de fora de casa. Muitas vezes eles vivem e agem dentro dos lares de crianças indefesas e, com frequência, tendo com essas vítimas algum parentesco (pai, mãe, tio, padrasto, etc.).
Segundo dados do DISQUE 100, os números indicam que a maioria das vítimas das denúncias são do gênero feminino (372,3 mil), pessoas brancas (261,6 mil), e com idade entre 70 e 74 anos (32,5 mil). As violações ocorrem, em sua maioria, na casa da vítima e do suspeito (301,4 mil). Entre os grupos mais vulneráveis estão crianças e adolescentes (289,4 mil), idosos (179,6 mil) e mulheres (111,6 mil) – ainda que esta última tenha registrado redução de 2,9%.
Como se observa, é comprovadamente sabido que se trata de um problema extremamente complexo, de abrangência nacional e com ramificações internacionais, que exige ações envolvendo Estado, Sociedade, Família, entidades civis, militares, religiosas... Enfim, com todos agindo em prol da defesa dos direitos, do bem-estar e da segurança das nossas crianças e adolescentes.
Envolva-se, portanto, nessa luta, não importando quem seja a vítima. E jamais se esqueça de priorizar esse doloroso questionamento: E SE A VÍTIMA FOSSE MEU IRMÃO, MEU FILHO, MEU NETO OU COM MINHA IRMÃ, MINHA FILHA, MINHA NETA...?
Sendo ou não a criança membro da sua família, aja como um pai diligente. Mais ainda: como um verdadeiro e autêntico pai.
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Aos pais
Como se sabe, criança quer carinho, atenção e não importa o doador disso. Aí é onde mora o perigo; é onde infelizmente entra o abusador. Vão daqui alguns conselhinhos úteis: pais, mães ou responsáveis devem orientar a criança a não aceitar convite de estranhos; devem ensiná-la a recusar agradinhos (presentes, balas, etc.) dessas pessoas; também devem estimulá-la a denunciar/alarmar, caso haja insistência do estranho. E, de forma sutil e cuidadosa, pais, mães ou responsáveis devem buscar conhecer mais o perfil dos que habitam a residência – familiares ou não, centrando a atenção em alguns hábitos estranhos deles ou que causem, porventura, mal-estar em alguma criança.
E por que não?
É inerente a todo pai ou educador consciente ensinar boas práticas às crianças, tais como: obedecer aos pais e aos mais velhos; ser solícito; ser grato; cumprimentar educadamente as pessoas; respeitar idosos; comportar-se; reconhecer erros e desculpar-se... Agora, por que não também ensinar a criança a exigir respeito a seu corpo? Por que não ensinar a criança a demonstrar claramente que não aceita ser tocada ou acariciada, quer por conhecidos, quer por estranhos, de forma que a constranja? Sem dúvida, isso poderá evitar acontecer algo pior para a criança.
Para todos
Toda pessoa que vir uma criança com estranhos é interessante passar a observar o comportamento dos dois, agindo com prudência e sem chamar atenção. Além disso, deve tentar descobrir se realmente há parentesco entre ambos ou relação de amizade com os pais da criança. Independentemente disso, comunicar a eles o fato. Se desconfiar que não há parentesco, procurar não os perder de vista e buscar ajuda para dirimir a dúvida ou para resgatar a criança.
Denuncie!
Apoie os órgãos de proteção e defesa da Criança e
do Adolescente. Use e abuse da sua consciência de cidadão responsável, bem como
da sua inteligência para descobrir meios de combater esse cruel tipo de
violência. Envolva-se no espírito do 18 de Maio! Não somente nessa data, mas
sempre!
Insisto: porque, quem sabe, por uma infelicidade,
um dia a vítima poderá ser um dos seus familiares.
Entre de corpo e alma nesse Combate ao Abuso e à
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes!
DENUNCIE! DISQUE 100!
DOMINGO NA EDUCADORA FM 107,5 - SOBRAL-CE
ÁUDIO: https://www.radios.com.br/play/12869
ÁUDIOVÍDEO:
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NO YOUTUBE: Rádio Educadora FM 107.5
Neste domingo (18), das 10h30 às 12h30, PROGRAMA ARTEMÍSIO DA COSTA, na Educadora FM 107,5 de Sobral. Com notícias, reportagens, entrevistas, curiosidades e música de boa qualidade. DESTAQUE: Entrevista sobre “ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES”, com participação de Membros da Secretária dos Direitos Humanos e da Assistência Social, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselheiro Tutelar de Sobral. Participe: 3611-1550 // 3611-2496 // Facebook: Artemísio da Costa.
LEIA, CRITIQUE, SUGIRA E DIVULGUE!
www.artemisiodacosta.blogspot.com
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