Estão
em julgamento os chamados embargos de declaração, recurso que
visa esclarecer omissões e contradições no texto final do julgamento, que
foi realizado no dia 11 de setembro e terminou com a condenação de Bolsonaro e
seus aliados na trama.
Esse
tipo de recurso não tem poder para rever o resultado do julgamento e
costuma ser rejeitado.
O primeiro voto será proferido pelo relator,
ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, os demais ministros ficam
liberados para inserir os votos no sistema eletrônico. Estão aptos a votar os
ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino.
O
ministro Luiz Fux não deve participar do julgamento. No mês passado, Fux mudou
para a Segunda Turma da Corte após votar pela absolvição de Bolsonaro. Dessa
forma, somente quatro ministros vão julgar os recursos.
Prisão
Atualmente, o ex-presidente Bolsonaro está em prisão cautelar em função das investigações do inquérito sobre o tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.
Se
o recurso for rejeitado, a prisão de Bolsonaro e dos demais acusados poderá ser
decretada.
O
ex-presidente pode cumprir a pena definitiva na ação penal do golpe no Presídio
da Papuda, em Brasília, ou em uma sala especial na Polícia Federal. A decisão
final será de Alexandre de Moraes.
Os demais condenados são militares e
delegados da Polícia Federal e poderão cumprir as penas em quartéis das Forças
Armadas ou em alas especiais da própria Papuda.
Diante
do estado de saúde de Bolsonaro, a defesa também poderá solicitar que o
ex-presidente seja mantido em prisão domiciliar, como ocorreu com o
ex-presidente Fernando Collor.
Condenado
pelo Supremo em um dos processos da Operação Lava Jato, Collor foi mandado para
um presídio em Maceió, mas ganhou o direito de cumprir a pena em casa, sob
monitoramento de tornozeleira eletrônica, por motivos de saúde.
Confira as penas definidas para os condenados
-
Jair Bolsonaro – ex-presidente da República: 27 anos e três meses;
-
Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato
a vice-presidente na chapa de 2022: 26 anos;
-
Almir Garnier - ex-comandante da Marinha: 24 anos;
-
Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do
Distrito Federal: 24 anos;
-
Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI): 21 anos;
-
Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa: 19 anos;
-
Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): 16
anos, um mês e 15 dias.
Ramagem foi condenado somente pelos
crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do
Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Ele
é deputado federal e teve parte das acusações suspensas. A medida vale para os
crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da
União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio
tombado, ambos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, assinou delação premiada durante as investigações e não recorreu da condenação. Ele já cumpre a pena em regime aberto e tirou a tornozeleira eletrônica.
(Ag. Brasil)

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